Psicoterapia: para quem?
- Fernanda Brentegani
- 14 de jan. de 2017
- 4 min de leitura

Olá Pessoal! Neste post quero conversar com vocês sobre Psicoterapia. Muitas pessoas mesmo quando estão precisando de ajuda terapêutica, por algum motivo ignoram a terapia, seja ele por desconhecimento ou por puro preconceito. Embora a psicoterapia não seja uma prática muito comum entre as pessoas, pode-se dizer que ela trata muitos problemas psicológicos, como depressão, ansiedade, pânico, problemas de relacionamentos, etc. Através deste artigo, minha intenção é motivar muitos a fazer terapia. Como psicóloga, não tem como eu falar que a psicoterapia não traz benefícios as pessoas, mas isso não quer dizer que a terapia torna o ser humano perfeito e livre de problemas, pelo contrário, ela auxilia o sujeito a ter capacidade de lidar bem com seus problemas. Também, gostaria de desmistificar a ideia de que o terapeuta é um ser onipotente, pelo contrário, ele próprio necessita passar por terapia para cultivar seu autoconhecimento e reconhecer seus limites e possibilidades para conseguir trabalhar e compreender a subjetividade e o modo de viver do seu paciente. O que leva um indivíduo procurar por psicoterapia? Esta resposta engloba algo unânime. " Ninguém procura o trabalho de um psicoterapeuta se não estiver passando por algum tipo de problema, o qual não esteja conseguindo conviver." A terapia é uma relação de ajuda baseada em conhecimentos específicos, e todo terapeuta trabalha com um referencial teórico, como suporte para sua intervenção, como por exemplo, a psicanálise, a terapia comportamental , a terapia humanista, entre outras. De acordo com Porchat (2006), " A psicoterapia é um conjunto de conhecimentos teóricos e práticas de tratamento referente a psique humana. Tais práticas são aplicadas de formas sistemática visando ajudar pessoas que apresentam distúrbios psicológicos nos mais variados graus. A psicoterapia pode também ajudar pessoas que apresentam apenas dificuldades emocionais e existenciais. A esta categoria aliás, pertence a maioria dos pacientes". A grande maioria dos pacientes ao procurar por uma terapia de ajuda, acreditam que:
Vão ser livres de seus problemas como um passe de mágica.
Irão encontrar um responsável pelos seus problemas.
Acreditam que, o psicólogo se tornará um super- herói que dará a solução para os seus problemas.
Pelo contrário, a psicoterapia não exerce estes papéis, e estas crenças equivocadas ainda prejudicam o processo terapêutico.
A terapia nada mais é do que um processo de crescimento individual de autoconhecimento, e isso não ocorre da noite para o dia, pelo contrário, leva tempo. Todo indivíduo possui suas próprias crenças e estereótipos e elas não mudam sua forma de pensar assim tão facilmente, simplesmente pelo fato desta mudança não ser tão simples. Aceitar uma mudança é muito difícil e mesmo ao aceita-la , podemos nos sentir perdidos ao procurar um caminho que nos leva ao desconhecido. Dentro deste contexto, a psicoterapia vai oferecer ferramentas para o sujeito reorganizar seu interior e mudar seu comportamento no mundo de uma maneira benéfica a ele. Uma outra ideia equivocada atribuída a psicoterapia, é que muitos são encaminhados a terapia com a intenção de uma adequação social (normalização). Um psicólogo não pode pensar em normalizar seu paciente, simplesmente porque não há critérios no campo da saúde mental que permitam definir o que seja normalidade psíquica. O termo "normalizar" significa adequar o paciente ao desejo , valores e crenças dos outros e não os seus. Trata-se mais de uma cultura, do que uma disfunção psíquica, e dentro deste contexto, pode-se dizer que, a psicoterapia irá ajudar o sujeito a se respeitar e a agir de uma maneira que seja construtiva a ele, não apenas para agradar as crenças e costumes de quem está a sua volta. Isso não quer dizer que os valores aprendidos durante nossa vida, não são importantes para o convívio em sociedade, mas acima disto, devemos sempre ter uma parte de nós que precisa ser reconhecida e respeitada mesmo que desagrade aos outros. Todo processo psicoterapêutico, irá lidar com emoções, valores, crenças e comportamentos que estão enraizados no indivíduo e que precisam ser reavaliados. Este processo de desconstrução incomoda e é muito doloroso. É aí que a pessoa precisa dar conta da terapia e não desistir, pois, muitas pessoas desistem da terapia por não conseguir suportar o que é aflorado durante este processo. É importante rever nossos conceitos sobre o que é comum e patológico. É preciso repensar nossos estereótipos negativos sobre aquilo que difere de nós e sobre aquilo que não conseguimos explicar. A psicoterapia nos auxiliará a perceber o nosso campo de aceitação em relação a aquilo que é diferente de nós, ela procura fazer com que o paciente questione suas atitudes e comportamentos em relação ao mundo. É importante também, lembrar que todos nós estamos sujeitos a sofrer uma disfunção psíquica, o que cada um de nós precisa, é encontrar uma forma de viver razoavelmente em harmonia e coerência consigo mesmo. Assim, não podemos afirmar que o processo terapêutico é algo fácil , é um processo que meche com as emoções e vão na ferida que se esconde por trás de uma máscara que diariamente fazemos questão de vestir, portanto, para construir o novo é necessário desconstruir o velho. Uma sessão de terapia pode durar aproximadamente 50 minutos, onde o paciente é considerado o centro das atenções e o terapeuta irá entrar em contato com seu mundo procurando ajuda-lo da melhor forma possível a resolver suas angústias, disfunções psíquicas ou mesmo a se encontrar. Espero ter ajudado vocês a compreender o quanto uma psicoterapia pode ser benéfica, como também, desmistificar a ideia que é vergonhoso passar um processo psicoterapêutico, aliás, todos nós merecemos a chance de crescer e encontrar um equilíbrio emocional mais saudável. Fernanda M. Brentegani Psicóloga Referência Porchat, Ieda. O que é psicoterapia. Coleção Primeiros passos. São Paulo: ed. Brasiliense.
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