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Entenda o processo do luto e as suas cinco fases

  • Fernanda Brentegani
  • 31 de mar. de 2017
  • 3 min de leitura

Embora imprevisível a morte é a única certeza que temos na vida, porém não nos preparamos para esse momento. A morte vem, acontece, de uma hora para outra, como um sopro, onde, nós ou alguém que gostamos não se encontra mais aqui.

Quanto tudo isso acontece, para as pessoas que ficam surge o luto, ou seja, um momento de dor, vazio, revolta por ter que se despedir de forma forçada de um ente querido. Embora o luto seja um momento muito doloroso para as pessoas, é um processo essencial para qualquer tipo de perda, seja ela a morte ou até mesmo outras perdas inesperadas que nos causam as mesmas sensações.

Como já disse, o processo de luto vem acompanhado por inúmeros sentimentos negativos e uma profunda tristeza. Todos estes sentimentos nos refletem muitas vezes em vários sintomas físicos e emocionais, como por exemplo, dores no peito, nó na garganta, falta de ar, depressão, entre outros. Quando o sujeito toma a consciência de que nunca mais poderá ver tal pessoa ou realizar as mesmas atividades, podem ocasionar a perda de sonhos, projetos e dando um novo valor na vida.

De acordo com Elisabeth Kubler-Ross existem um ciclo (fases) do luto, pelo qual as pessoas passam ao lidar com a perda, com o luto e com a tragédia, são eles: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Segundo Ross, este ciclo não necessariamente acontecerá nesta mesma ordem como também, inexiste um prazo pré-definido para que eles aconteçam. Tudo irá depender do tipo de perda e de como as pessoas reagem á ela (subjetividade). Vamos entender agora cada um destes estágios:

1º Negação: considerada a primeira fase e a mais dolorida. É o estágio do isolamento social, de modo que, não falar sobre o assunto e se afastar de outras pessoas pode ser bem melhor na concepção do sujeito. Nesta fase ocorre indagações, a pessoa está procurando entender os porquês de tudo, ela não aceita o que aconteceu. A fase de negação não irá persistir por muito tempo, e é substituída por uma aceitação parcial a qual nada mais é do que uma transição para o estágio de raiva, mas tudo irá depender da intensidade do sofrimento de cada pessoa e como elas são capazes de lidar com a dor.

2º Raiva: considerado o estágio da revolta, do descontrole das emoções e dos ressentimentos. Nesta fase o sujeito irá se sentir injustiçado e inconformado com a perda, como por exemplo: “porque isso aconteceu comigo? ”, “tanta gente ruim para morrer porque ele? ”. Aqui, o ego não consegue manter a negação e o isolamento como na primeira fase, embora se relacionar é algo praticamente impossível de acontecer, por exemplo, os relacionamentos se tornam problemáticos, o ambiente um caos e as pessoas ficam revoltadas.

3º Barganha. Esta é a fase da negociação pela perda, a pessoa começa barganhar com ela mesma e com Deus, em segredo, com pedidos e súplicas. Neste momento pensamentos como, vou ser uma pessoa melhor, farei mais pelas pessoas, vou ajudar pessoas na mesma situação. Começa a fazer uso de pactos, promessas, sacrifícios entre ela e Deus para que tudo volte ao normal.

4º Depressão. A depressão ocorre, porque nesta fase a pessoa tem consciência do que perdeu e que isso não será revogado. Essa fase pode ser muito longa até que ela passe para próxima fase que é a aceitação, algumas pessoas não saem por nunca aceitar a perda. Neste momento, a pessoa se isola totalmente do convívio social e do mundo, acompanhados de sentimentos de apatia, tristeza, choro, melancolia e impotência, necessitando de ajuda de seus familiares e até profissionais especializados.

5º Aceitação. Considerado último estágio do luto. Ao contrário da negação, nesta fase a pessoa aceita a perda com paz e tranquilidade, mudando assim, toda sua perspectiva e preenchendo seu vazio.

É muito importante compreender que, para passar por cada estágio é preciso muito autoconhecimento e coragem, e, a aprendizagem que tiramos disso tudo é o que pode tornar a vida melhor e com mais propósitos e significados. O luto é importante para que a pessoa ressignifique sua vida, valorize o que ela possui, olhe para quem está próximo de forma mais afetuosa e crie a consciência de que não será possível reviver o passado, por isso deve-se valorizar o presente e tudo o que se encontra nele.

O ser humano deve sempre estar preparado para encarar suas mudanças, para encerrar todos os ciclos que se encontra em sua vida, entender que a vida em si é um ciclo que se fecha para iniciar outro. Isso é muito importante para nossa evolução como seres humanos, como também para aproveitar e valorizar tudo que a vida tem a nos oferecer.

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